Manoel de Barros em entrevista publicada na coleção “Encontros” disse o seguinte:
"O que informa a palavra poética são as nossas memórias fósseis . Nós moramos nas nossas antecedências. De lá que a palavra poética nos traz. E só a invenção nos retira de lá. Saímos sempre em lanhos. Depois é preciso limpar as palavras. Dessa forma elas são autobiográficas. Trazem nossa feição, nossos conflitos, nossos desencontros. Lá, nas nossas antecedências, estamos nus, estamos verdadeiros." A matéria, o elemento fundamental da poesia é a palavra. E do ator? Qual seria o elemento fundamental do ator? Parece-me que seja a ação. Se pegarmos emprestada essa citação de Manoel de Barros e fizermos alguns ajustes podemos chegar a uma reflexão inspiradora para o ator interessado em trabalhar a partir de material pessoal, íntimo: O que anima o corpo poético são nossas memórias fósseis. É de lá - das nossas antecedências - que a ação nos traz. Só a invenção nos retira de lá. Saímos sempre em lanhos. Depois é preciso limpar as ações. Elas são, portanto, autobiográficas. Trazem nossa feição, nossos conflitos, nossos desencontros. Lá, nas nossas antecedências, estamos nus, estamos verdadeiros. A verdade do ator, como do poeta, só pode ser inventada. Nesse Curso de Teatro Físico vamos investigar como blocos de antecedências podem se inscrever na fabulação aqui-e-agora. Um acontecimento onde memória-ação-fabulação podem continuamente se reconfigurar criando novos 'modos de ser', novos modos de subjetivação. Vamos juntos??!? Veja o evento no facebook. Os comentários estão fechados.
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Foto acima:Gustavo Antunes -"Abstratas". Notas Digitais
Sabe aquele caderno que é mais do que uma agenda? Que está com você o tempo todo para várias anotações? Então, aqui compartilho alguns desses registos. Memórias
Dezembro 2020
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