Muito feliz com a matéria publicada no website da Umbigo Magazine sobre o espetáculo Confissões ou Uma Autobiografia Sem Factos, escrita por Rodrigo Fonseca: "Gustavo Antunes desenha a sua biografia sem factos a partir das interrogações e das confissões do heterónimo de Fernando Pessoa, transporta-as para o trabalho de pesquisa do que é (ou de quem é) o ator." Assim que entramos na sala de espetáculo, apercebemo-nos de que a ação já começou. O espaço cénico está energizado e em pleno silêncio. O silêncio é quebrado pelo chiar do balanço da cadeira que Gustavo baloiça, um movimento denso e demorado que vai dando tensão à cena. O ator está de olhos postos no vazio, profundamente concentrado. Agradeço a todos que estiveram comigo na pré-estréia. Agora venho lhes convidar para a estréia do espetáculo no próximo dia 20 de novembro de 2020, às 20:00, na Casa do Coreto, em Lisboa.
Em decorrência das medidas do estado de emergência adotadas, o número de apresentações foi reduzido. Falando nisso, todas as precauções relacionadas ao COVID-19 são respeitadas pelo Teatro Lua Cheia, na Casa do Coreto. Por favor, tragam e usem suas máscaras e façam a reserva obrigatória com antecedência através do email: [email protected] Nos vemos lá! É com muito entusiasmo que compartilho com vocês esse trabalho que teve início ano passado e amadureceu no decorrer desse ano - tão diferente, tão intenso. O desassossego presente na nossa existência tem sido potencializado com esta pandemia. Falando nisso, todas as precauções relacionadas ao COVID-19 são respeitadas no Com Calma - Espaço Cultural, em Lisboa. Por favor, tragam e usem suas máscaras e façam a reserva obrigatória com antecedência através do email: [email protected]. A trama das ações desta solo performance surge do encontro entre o texto do 'Livro do Desassossego' de Bernardo Soares, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, e o meu imaginário. Versa sobre a complexidade do ser humano, a impermanência do sujeito, suas contradições, seus abismos. Nesta performance sirvo como um espelho no qual outro ser humano (espectador) reconhece-se. Não no sentido de identificar-se com a minha dor ou alegria no acto, mas no sentido de fazer um estudo de si próprio no contato com aquele ser humano que está diante de si. Ao revelar minhas sombras e o desconhecido em mim mesmo, para o qual muitas vezes nos negamos - ou não sabemos - olhar, abre-se a possibilidade ao espectador de também realizar um confronto consigo próprio. Os trechos recolhidos para essa performance revelam, assim, os nossos abismos, a impermanência do sujeito, e nos lança em uma torrente entre a falta de sentido e a busca pelo sentido. Entre o triunfo e a derrota, a ilusão e o real, o desassossego e a paz. Entre a morte e a vida. Espero você lá, às 19:30, sexta-feira, 09 de outubro de 2020, no Com Calma - Espaço Cultural, na Rua República da Bolívia, 5C, Lisboa. Nossa vida é um sonho, não no sentido metafórico ou poético, mas no sentido verdadeiro. |
Foto acima:Gustavo Antunes -"Abstratas". Notas Digitais
Sabe aquele caderno que é mais do que uma agenda? Que está com você o tempo todo para várias anotações? Então, aqui compartilho alguns desses registos. Memórias
Dezembro 2020
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