GUSTAVO ANTUNES
  • HOME
  • BIO
  • PORTFOLIO
  • CONTACTO

Habitar o Corpo

30/9/2019

 

Sobre Habitar o Corpo e o Silêncio

Habitar o Corpo - uma metáfora para determinado processo que pode ocorrer no actor e que diz respeito a uma espécie de suspensão do modo em que operamos na vida corriqueira. Em minhas explorações, investigo a possibilidade de tornar nosso corpo habitável não só por nós mesmos, mas,  também, pelas alteridades que nos visitam. Ou, dizendo de outro modo, investigo a eficácia de certas práticas para preparar um corpo-casa com uma escuta afinada para receber esses outros que de vez em quando aparecem a nós. 

Sim, as práticas para Habitar o Corpo têm a ver com certas práticas que podem operar uma espécie de desobstrução, de desautomatismo, da nossa percepção habitual - desobstrução essa que propicia a recepção - ou, antes, o transpassamento, o atravessamento - dessas visitas que vez ou outra se apresentam. São práticas que visam a limpar os sentidos, a preparar um corpo-casa-afecto, que ao ter suas memórias, suas associações convocadas, não as ignora, mas é afectado por elas e se ajusta - reage - a elas. 

E qual é a relação entre Habitar o Corpo e o silêncio? O silêncio é um aspecto fundamental no processo de refinamento da escuta e de afinação da presença, sem as quais não se pode receber esses outros que constantemente se mostram a nós, esses outros que estão inscritos no nosso corpo e que podem simplesmente aparecer.

Tenho cultivado em meu trabalho a ética de um silêncio rigoroso que encontra ressonância em outros domínios, como, por exemplo, no ofício e na poesia de Herberto Hélder. Há um verso deste poeta que diz assim: “Somente o meu silêncio pensa”. Se em Hélder “somente o silêncio pensa”, no actor-performer ele parece abrir a possibilidade de “sermos agidos”. Há determinado silêncio - um silêncio mais complexo do que a ausência de palavras, um silêncio, inclusive, que não depende simplesmente da nossa vontade - que nos ajuda a descobrir o modo de sermos “passivos ao agir e ativos ao olhar” (Jerzy Grotowski). Nesse silêncio talvez possamos ser “agidos” por tudo aquilo que compõe o mundo e nos compõe visível e invisivelmente: por nossas memórias/imaginários, pela enorme quantidade de estímulos que constantemente fluem em nossa direção, pelas forças da natureza, por tudo aquilo que está, por assim dizer, dentro de nós e ao nosso redor.

No Workshop de Teatro Físico | Práticas para Habitar o Corpo, vamos buscar abrir caminhos para que possamos ser agidos/dançados/sonhados pelo - e no - grande silêncio.

... práticas para preparar um corpo-casa com uma escuta afinada para receber esses outros que de vez em quando aparecem a nós.
Imagem
São práticas que visam a limpar os sentidos, a preparar um corpo-casa-afecto, que ao ter suas memórias, suas associações convocadas, não as ignora, mas é afectado por elas e se ajusta - reage - a elas. 
No Workshop de Teatro Físico | Práticas para Habitar o Corpo, vamos buscar abrir caminhos para que possamos ser agidos/dançados/sonhados pelo - e no - grande silêncio.

Os comentários estão fechados.

    Foto acima:

    Gustavo Antunes -"Abstratas".

    Notas Digitais

    Sabe aquele caderno que é mais do que uma agenda? Que está com você o tempo todo para várias anotações? Então, aqui compartilho alguns desses registos.

    Memórias

    Dezembro 2020
    Novembro 2020
    Setembro 2020
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Julho 2019
    Maio 2019
    Fevereiro 2019
    Janeiro 2019
    Dezembro 2018
    Outubro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Julho 2018
    Junho 2018
    Maio 2018
    Março 2018
    Fevereiro 2018
    Janeiro 2018
    Setembro 2017
    Julho 2017
    Junho 2017
    Maio 2017
    Janeiro 2017
    Agosto 2016
    Julho 2016
    Março 2016
    Novembro 2015
    Novembro 2014
    Fevereiro 2014

    Categorias

    Todos
    Cursos & Oficinas
    Grupo Teatral
    Livros & Textos
    Performance
    Quem é
    Tudo Junto & Misturado

Proudly powered by Weebly
  • HOME
  • BIO
  • PORTFOLIO
  • CONTACTO